domingo, 11 de abril de 2010

pelo caminho

Repouso meu corpo cansado da fuga em seu corpo. Deslizo meus dedos doloridos nos braços do homem a quem amei. Voltei.Sem querer voltar, errei. Ele me diz histórias já ditas, ele me beija o beijo já dado. E ainda assim, volto. Volto pelo caminho que conheço. Volto ao destino que pertenço.Cabeça baixa, ombros tristes, volto arrependida. Volto arrependida de voltar. Desejo morrer pela estrada, desejo sumir pelo caminho, desejo. Desejo pés tortos. Cegos. Mas meu corpo conhece seu destino, ele segue na mesma retidão que conheceu ao amar. Meu corpo não grita, não se agita, ele permanece. Encostado em outro corpo. Olhos de pérola naufragados no mar tranquilo que é meu destino. E num instante, recordo: Oh, sim, deu-me brincos de pérola no último verão.