segunda-feira, 30 de abril de 2007

Ela

Seu cheiro me enoja,
Fede a sabonete barato roubado na prateleira do mercado.
Sua voz desafinada me revolta,
a cada palavra dita por uma boca miúda e sem graça.
Seu corpo me parece deformado,
mãos de dedos curtos,
pernas finas e tortas.
Seus feitos são medíocres:
péssimo café,
panelas sujas na pia,
chaves nunca a mão.
Não é mulher, não é menina.
Provavelmente não o será,
Por que continuo com isso tudo?
Acordo todas as manhãs e ela ainda está lá,
Isso me faz querer trabalhar...

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