sábado, 28 de junho de 2008

Ao moço

Saudades de ser a moça nos teus braços,
Saudades de ser a dama conduzida por teus passos,
De ser a mesma contigo de quando era criança,
De ser cada dia uma e ainda ser parte da tua lembrança,
Saudades mesmo de ser tua,
Sem apego ao passado,
Sem antídoto pra cura...
Sem saudades do tempo que era só minha,
Sem saudades do tempo que era sozinha.

Casaco vermelho

O casaco vermelho saiu em busca da mensagem do banco de frente ao mar, era sábado e o céu já dava previsão da notícia, mas a menina não quis acreditar, ela ainda ouvia as gaivotas que fazem trilha sonora de todo filme de amor...
Não era naquele banco, mas talvez a memória daquele dia estivesse a alguns passos mais adiante...Então foi de banco em banco, mirava-os discretamente e até alisava suas arestas em busca de respostas, palavras quaisquer que fizessem sentido.
Os bancos úmidos delatavam a chuva da noite anterior, então era ela que tinha levado tuas palavras, maldita chuva!
Ou um outro alguém, carente de amor, que buscava nas tuas palavras o mesmo conforto de quem procura sozinho um banco em frente ao mar...Mas eu sei que aquilo era meu, mesmo não sabendo o que era.
O casaco vermelho foi e voltou, com passos mais lentos a cada passo, com respiração mais desolada a cada banco que passava de volta a casa.
O casaco até recebeu um animador bomdiamoça e respondeu sem muita certeza. Na volta para casa, o som das gaivotas foi injustamente trocado pelos comentários de futebol ao lado, pelo olhar perdido do vendedor de jornais, pelo Charlie Brown tocado pelo caminhão de mercadorias em frente ao mercado e quando a moça do casaco vermelho desistia do lirismo das palavras de amor deixadas pelo cavalheiro, mirou ao longe uma árvore grande e desnuda pela estação.Sorriu. Nunca a tinha mirado antes em todas as vezes que fizera aquele caminho. As palavras? Não sei.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

...Eu te amo!


E se agora eu dissesse que te amo...
Não sei mais se me daria créditos
logo que sua crença na minha
sinceridade se esvaiu com
meus monossílabos,
mas talvez diga...

Não para tentar em vão mudar sua estreita opinião,

mas para que eu ainda continue acreditando

que o que eu digo faz sentido,

sempre fez...