É estranho como esse resfriado me dá um certo prazer. Não que acordar de manhã com os pormenores da pastilha sabor cereja artificial tenha sido agradável ou mesmo a dor que me causou o primeiro gole de água do dia. Mas como negar o encanto do capuccino quente e a concentração de canela no ar que anestesia de mansinho tudo por dentro. Sem contar a estranha e aconchegante temperatura do corpo nesses dias de guardanapos de papel e mangas de agasalho.
E assim o dia todo vira charme; são as leituras desconcentradas no café, os gestos delicados e irresolutos na ponta do nariz, os olhos que carregam algo de quando despertei, o casaquinho leve que expõem as minúsculas partículas de poeira quando ao sol e a incrível sensibilidade que se desprende do corpo.
Ah, as tardes de sol e resfriado...
sábado, 14 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Pela janela
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Desenho uma janelinha no papel do bloco de notas. Ela me pergunta o que eu gostaria de ver. Eu respondo:
- Um graveto, um sofá estampado, uma menina ruiva com tranças até os joelhos.
Desejo ver Elvis numa balada romântica, uma plantação de melancia em morro e um macaco cor-de-rosa. Mariachis, galos de briga e mil balões em direção ao sol.
Disse a janela.
* Convido os poucos leitores a pedirem o que gostariam de ver pela janela. Sem censura!
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