quinta-feira, 18 de junho de 2009

o quarto

Unhas vermelhas arranham o carpete verde musgo de um hotel parado no tempo. O telefone empoeirado toca. E os lábios manchados de batom se descolam pelo susto. Ele toca e o lençol está amarrotado pela noite. Ele toca e o travesseiro do chão está sujo. Ele toca e ela se levanta tropeçando na calça jogada no chão do quarto. Toca e as gotas ainda descem pelo lençol. Ele toca e ela calça o sapato sem as meias. Toca avisando que a poça cobre metade da cama velha. Ele toca pela carteira no bolso da calça jogada no chão.
Ele toca e ela bate a porta as suas costas.

Ele não toca.

Jaz uma vida... Ou duas. Jaz um lençol branco e um telefone partido na cabeça de um infeliz.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Foi um Prazer!

"Aos amigos queridos de "Curral del Rey", nome aliás que aprendi com eles."

Ao que me parece, finalmente, o ciclo se fecha e com ele qualquer tentativa de união entre um mineiro e uma das senhoritas Granucci. As tentativas foram boas...
Falo por mim que fui feliz quando estive entre vocês, no bar de luz amarela, nas subidas e descidas da cidade (e das baratas), no cheiro do café na Savassi, nos tomates secos e pães (previsivelmente) de queijo que melavam os dedos e, por consequência, as cartas do baralho.
Mas a sorte está lançada e tenho certo que ainda nos encontraremos em livros e contos, em filmes lançados no cinema, em aulas virtuosas, em músicas dedilhadas no violão, em cozinhas sofisticadas, na ilha, nas minas, em qualquer lugar que nos faça querer estar...Sem ressentimentos, mas deixamos o hospital para depois!