quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um prato com figos, por favor!

Hoje de manhã, abri a porta do armário talhado em madeira que guarda a porcelana da casa, o jogo de talheres do dia-a-dia, a cesta dispensada para o pote de aveia, o mel caseiro - que já começa a açucarar nas bordas do vidro - as vitaminas, compridos e suplementos esquecidos ali; as castanhas e nozes murchas; uma porção de coisas desconexas.
Diferente de ontem, vi o prato fundo de porcelana pintado com outras flores - e o fio de prata da borda gasto pelo uso. Lembrei das vezes que aquele prato fundo assentava figos e pêssegos frescos nas tardes de feriado na casa de meu avô. (Tardes que agora me são tão significativas.)
Lembrei do cheiro da casa guardada pelo tempo, dos típicos sabonetes Granado e de suas camisas Lacoste.
E sim, o gosto daqueles figos doces na minha boca infantil que não existe mais.

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