quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Do dicionário

Saudade é coisa que vem sem pensamento.
Saudade é sensação involutária.
Saudades cresce mesmo quando se está dormindo.
Saudade silenciosa que não cala.

Elefante branco

Dentro de um edifício branco, em frente a um elevador.Foi assim que nos despedimos. Silêncio. Cheiro de reforma. Minúsculos pedacinhos de reforma no piso novo. Porta sem verniz. Luzes amarelas quases virgens.
Colocou música no meu ouvido direito. Colocou música no seu ouvido esquerdo. E antes que me desse conta, eu ensaiava passos tímidos abraçada a sua camisa xadrez. Foi assim que nos despedimos. Depois, entrei naquele elevador e fui direto pro Brasil.

No meio de voltar

E sobre tanta coisa que eu deveria falar, fico sem nada para escrever. Já se foi o ano passado, os meses, os aviõs, meu sotaque. Cadê eu?
Nunca acreditei nessa de universo paralelo. Nunca acreditei até agora. Cadê eu?
Nao sei. Pergunta básica que eu não sei responder. Por favor, não tente algo mais difícil. Cadê eu?
Posso responder em frente ao computador, sentada num sofá sobre o qual já escrevi (talvez o ano passado...Retrasado)? Sim.
Posso responder que estou voltando? Sim.
Posso responder que estou no meio da viagem, entre a porta que bati às minhas costas e aquela que abri a minha frente? Sim
Entende agora onde eu estou? Ou voce se cansou de me esperar chegar, cansou de abrir essa porta e ver outubro do ano passado que já tinha passado? Tudo bem. Eu cansei.
Mas eu estou chegando.
Volta aqui, vamos conversar. Você, um dia, já gostou de mim.
Cadê eu?
Cadê você?