sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Pó de café

O calor das mãos suadas comprova o frio do meu peito. A respiração ofegante é efeito da falta de ar que meu corpo desproporcional propõe. As mesmas mãos trêmulas exaustas de bater, agora confortam uma xícara de café...E se minha maldita falta de vícios permitisse, haveria cigarros também.
Hoje sonhei que não tinha forças para andar e desmaiava diversas vezes; a pior parte é que no sonho podemos ver de fora...Vi alguém prostrado e doente.
Acordei e continuei sem forças.
Forças para achar graça na vida, forças para amar e detestar com intensidade aos outros...A mim mesma.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Escritos Escolares: Ciência? Amém!

Ambas tão antigas e questionadas, ciência e religião se confrontaram diversas vezes na história da humanidade por serem curiosamente contraditórias e complementares.Na Antiguidade todo fenômeno da natureza era diretamente associado às vontades divinas, isso fez com que, por muito tempo, não houvesse estudos científicos e os homens que chegassem mais perto de uma explicação plausível fossem levados à guilhotina.Einstein, na Idade Contemporânea foi mentor de descobertas fundamentais no campo da física, porém sempre expôs sua crença no transcendente. Acreditou-se apartir dele que ciência sem religião é coxa e religião sem ciência é cega.Os avanços tecnológicos no futuro e uma sociedade fundamentada apenas na explicação científica irá gerar uma busca por espiritualidade, quando a fé não precisará ser explicada.Assim, apesar da exterma alienação de ambos os lados - fanáticos religiosos e cientistas céticos - é fundamental a procura de equilíbrio. Nele se encontrará fé sem que esta anule o desejo do questionamento.

Fisgou!

Conheci um pescador em uma viagem a trabalho ao Pantanal Mato-grossense. Ele era um tipo divertido de pessoa que conduzia uma boa prosa como ninguém naquele vilarejo. O que o pobre- literalmente pobre – homem não sabia era como fisgar uma mulher.
Admito que o cheiro de peixe podre e as unhas sujas de barro do alagado não poderiam servir de grande ajuda, mas seus companheiros, igualmente higiênicos, tinham uma sereia em casa no final da tarde à sua espera.
O desolado pescador que tão pouco sabia do mundo pediu-me ajuda, afinal para ele, o homem da cidade grande conhecia as mulheres... E como não ajudar? Comecei oferecendo-lhe um banho de verdade e roupas sem remendos grotescos.
Soube depois de alguns dias pela senhorita que me instalara no hotelzinho que o verdadeiro problema estava na sanidade de meu amigo, pois este era dado a conversar com os monstros marinhos que habitavam a imaginação fértil de toda aquela gente. (Sim, pois a loucura não estava na crença dos seres, mas na oratória com eles.).
No último dia de minha estada naquele pedacinho de terra úmida, ouvi da mesma senhorita que o pescador finalmente fora fisgado por uma sereia de verdade. Os companheiros juntos dele no dia da pesca juram que o mesmo moço infeliz que me recebera dias antes, sorria orgulhoso com o rabo de sereia no colo.
Na volta para casa a intrigante estória corroia meu bom senso de homem urbano e confessei baixinho naquele ônibus caindo aos pedaços que talvez existissem as tais sereias e monstros.
Depois ri seu cheiro, felizmente não seria mais sentido embaixo d água.