Unhas vermelhas arranham o carpete verde musgo de um hotel parado no tempo. O telefone empoeirado toca. E os lábios manchados de batom se descolam pelo susto. Ele toca e o lençol está amarrotado pela noite. Ele toca e o travesseiro do chão está sujo. Ele toca e ela se levanta tropeçando na calça jogada no chão do quarto. Toca e as gotas ainda descem pelo lençol. Ele toca e ela calça o sapato sem as meias. Toca avisando que a poça cobre metade da cama velha. Ele toca pela carteira no bolso da calça jogada no chão.
Ele toca e ela bate a porta as suas costas.
Ele não toca.
Jaz uma vida... Ou duas. Jaz um lençol branco e um telefone partido na cabeça de um infeliz.
Ele toca e ela bate a porta as suas costas.
Ele não toca.
Jaz uma vida... Ou duas. Jaz um lençol branco e um telefone partido na cabeça de um infeliz.
Um comentário:
Bom, apesar de o texto não ser pra mim,como me havias prometido, e por isso bem que merecias uma telefonada você também, ainda sim é um belo texto Micus. Beijo, Bru
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