sábado, 7 de maio de 2011

Fui eu ou o amor?

Bate a porta e o som que ela faz quando o fez ecoa em sua cabeça. Se foi. Partiu. Como qualquer final infeliz que existe. Já faz 5 ou 7 dias que a porta bateu. O mesmo tempo - 5 ou 7 dias - que a porta bate em sua cabeça. O que ele nao sabe é quanto tempo faz que ele a busca no apartamento. Ele sorri, um vidrinho de perfume ficou. Um lenço, que para ele é uma amostra gratis do cheiro precioso do pescoço dela. As cartas. Onde estarao as cartas? Tem algumas espalhadas entre as gavetas do quarto e a sacola preta de lembranças...Existem 6 fotos dela, de mim, da gente de sorriso congelado, fotos que ela me deu, todas sao dela enderaçadas a mim.Onde estarao as fotos que eu nao fiz, que nao revelei, que nao existem? Agora todos os recados atrás de todas fotos parecem curtos. Livros! Existem mensagens nos livros que ela me comprou. Lindo! Existem até erros de ortografia e rabiscos e datas.
Tudo que existe dela no mundo vira ouro quando a porta bate. Tudo que nao era nada. Ou era, mas nao era muito, hoje, quando a porta bate, é tudo.

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