sábado, 20 de outubro de 2007

Escritos Escolares: um poquinho sobre mim.

Passei algum tempo olhando a parede tentando decifrar o enigma de quem sou.Lembrei-me das diversas vezes que fiz tal complicada tarefa em diários, blogs de internet e transcrevo aqui sem alterações ou censuras alguns de meus retratos.
Aos 14 anos escrevi em um diário de capa estampada achado a alguns dias atrás pegando poeira as seguintes palavras: "Quem é essa com olhar perdido, sou eu, muito prazer, Mirella Granucci, sou a filha caçula, tenho três adoráveis irmãs (...) Eu, MIrella, como já disse, a caçula sou bem sarrista, alias a família inteira é, adoro poesia, e amo cozinhar, sou muito sincera e adoro dar a última palavra sempre." (Nessa época percebe-se meu gosto por vírgulas também).
Minha última definição de caracteres limitados pela maquina de imaginação virtual foi: "Mirella Granucci foi um bebê rosadinho de olhos desproporcionais para um rosto tão pequeno, hoje é uma garota de idéias desproporcionais." Não me pergunte que idéias são essas, pois uma redação é muito curta. 20 a 25 linhas, certo?
Ao fim confesso, quando em frente ao espelho vejo a esfinge pronta para me devorar.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dia da criança

Sim, admito estar atrasada , é dia 13 à uma e cinqüenta e sete da manhã, foi ontem, repeti para mim mesma, mas estou atrasada também pra essa data e não porque só passou um dia, mas alguns anos e isso é o que de fato me preocupa.

Minha infância foi terrivelmente fantástica: e como ainda há tanto a dizer retiro os verbos, apesar de nunca poder tirar a ação dessa minha fase divina.

Colcha amarela, galochas vermelhas na escola, músicas no típico gravador vermelho, risadinhas todo o tempo, irmãs, joelhos machucados, sítio ( corrida no esterco hahaha), Filmes COM LEGENDA! concurso de fantasia (sempre vencedora: Punk, Boneco de neve, ...), férias no avô, tapa na bunda, arte , todo tipo! Papai e a voz pertinho do ventilador, ou o liquidificador na rede. Risadinhas... Óculos de sol, Mary Poppins, camisola, cabelo liso, teatro da escola, recorte, massinha, qual a diferença de refrigerante e guaraná? Salsicha e lingüiça? O cheiro do cabelo molhado de mamãe no meu rosto, as histórias, as lições de bons modos na mesa do jantar. Xuxa e seu café da manhã, que fome! 100 pintinhos! 100 bidês!
100 isso TUDO que eu @()@ MUITO!

Crianças e velhinhos são pra mim o que há de melhor do ser humano, uma distância tão grande de tempo, mas tão curta de coração, velhinhos são crianças que cresceram e curiosamente parecem a respirar inocência, novamente. Crianças são fantásticas por que apesar da inocência seu julgamento muitas vezes é de um tirano.

Quem era ele?

Não era mais aquele garoto tímido da foto 3x4 na minha carteira. Ouvi que havia se mudado para São Paulo a fim de virar Doutor de respeito e lembrei-me das diversas conversas sobre sua aversão a cidade da garoa. Lembrei de sua covinha e de sua serenidade quando falava do mundo. Sorri algumas vezes para aquela foto que enquanto pequena na palma de minhas mãos, crescia, assustadoramente, em meus pensamentos.
Lembrei também de seu falso medo, que curiosamente se mostrava tão corajoso a me querer. E me peguei pensando no que havia acontecido para que seu querer não tivesse se transformado em ter. Talvez a diferença de idade ou o orgulho de ambos, ou talvez tudo isso junto que nunca foi dito ou esclarecido.
Voltei ao passado, lembrei do nosso primeiro verão, das nossas danças que rendiam boas risadas e pés cansados. Seu sabor predileto de sorvete: morango. Eu ria, achando uma escolha tão comum... Lembrei de seus discos de Chico e do entusiasmo quando falava do poeta. Então era como se suas mãos secas estivessem apertando, mais uma vez, minha cintura apesar de meu olhar de reprovação e sua gargalhada sonora no corredor do mercado voltasse a ser tão rotineira.
Senti as lágrimas quando já caíam de meu queixo e as enxuguei naquele vestido branco tão caro e enfadonho.
Aquele da foto 3X4 não era o qual ao redor de rosas (previsíveis) vermelhas e rostos familiares me esperava com um anel.

Bateram na porta.

Escritos Escolares: Sete pecados capitais.

De modo irracional, a ira de um indivíduo se alastra trazendo um grande sofrimento a quem alcança. Seu resposável não sai impune; este, com raríssimas exceções, será o maior prejudicado, uma vez que o ser humano não está imune ao seu próprio veneno.

Tanto a crítia quanto o elogio podem ser refúgio para a necessidade de possuir um sonho-material ou não- alheio. A admiração quando desmedida torna-se cobiça, uma forma triste de viver cuja satisfação sempre se representará de maneira impossível.

A avareza nunca foi tão recorrente, personificada também nos senhores de sapato engraxado. Esse pecado assola o país criando uma cultura de avarentos, em que o único meio para se alcançar a felicidade é aquela velha soma que embaixo do colchão se torna status e poder.

Os gregos já citavam a vaidade na personificação de Narciso. Um amor próprio capaz de afogar toda a possibilidade de uma convivência de troca entre pessoas. A vaidade não deve ser justificada como forma de valorizar-se, uma vez que a valor das pessoas vai além do que o espelho pode refletir.

A preguiça é uma forma de ócio quando este não é momento de prazer.É perceptível uma linha tênue entre esse falso cansaço e a depressão que incapacita o ser humano a agir e sentir o mundo a sua volta.

Pecado corriqueiro neste século e considerado por muitos como hipocrisia dos antigos, a luxúria deve ser vista como uma forma lasciva de prazer instantâneo e infelicidade duradoura.

Durante muito tempo comer em excesso era sinônimo de boa alimentação e saúde. Hoje um reflexo desse pecado capital é a obesidade, que, segundo o Médico Dráuzio Varella, é o mal deste século. A gula prejudica o indivíduo que a pratica e este logo perde o apeite pela vida.

Escritos Escolares: Vim, não vi, perdi.

A democracia nunca esteve presente no discurso de tantos brasileiros como atualmente.Essa oratória se justifica por ir de encontro ao cenário político de incendiária corrupção no país.
Karl Marx criou uma maneira de conduzir a sociedade que quando projetada nos indivíduos se enfraqueceu.A democracia não faz distinção do socialismo no que se refere a sua execução, que é no mínimo parcial. Assim, o rumo do país não poderia ser outro senão justiça parcial, segurança parcial e educação parcial, alicerses fundamentais para a formação de um cidadão.
Democracia se torna Neo-democracia não por ser nova, mas por ser vertiginosamente diferente de sua origem filosófica.