terça-feira, 15 de maio de 2007

crises espirituais de infância.

Procuro em meus pensamentos algo que valha a pena ser dito. Não encontro nada, mesmo depois de tanto tempo.O que me faz escrever realmente é a garganta ruidosa de uma gripe nada passageira e uma prova que sem estudo, me espera, estudiosa, no quarto. Não é nada primoroso ou apenas bem pensado.Classifico-o como uma desculpa grosseira para que os livros continuem a espreita e o própolis seja mais um (pseudo)vício dessa que tosse...e escreve também.
Contarei algumas coisas de infância que me foram reveladoras:
Como Sandy e Junior não serem namorados, mas irmãos.
A crise infantilmente tradicional da descoberta do papai noel que paga parcelado e o insight das pegadas mal-feitas do coelho no corredor, da minha "fé" de criança ao acreditar piamente em Adão e Eva num jardim real (sempre pensava que seria melhor Eva, do que aquela tola com a maçã).
Tive uma certeza grande que seria freira, quando pequena.
Minha fase de maior crença foi quando novinha, em uma prova de ciências- sim pois quando se é pequeno, Biologia é palavra muito difícil- me deparei com uma pergunta sobre algo relacionado as fases da borboleta ou algo assim que não importa pois minha resposta caberia a qualquer pergunta SUPER científica: Porque Deus a criou assim!Acho que poetisei um pouco mais (ou muito mais) que duas linhas sobre isso. Orgulhei-me com aquela resposta que deve ter servido a algumas outras questões na mesma prova. Chamei a professora, convicta de que Deus só tivesse conseguido tocar meu coração naquela classe cheia de crianças pouco espirituais aos meus olhos (verdes e desproporcionais naquela época). Ela chegou sorridente, leu e silenciou.Senti-me onipotente (ou me sentiria assim se com 9 anos soubesse o significado de onipotência). Com alguns anos de vida tinha silenciado uma professora.(O que seria daquela criança quando adulta). Mas queria mais e perguntei: O que acha? Ela: " Certo está, mas não queria isso." e me soltou uma cara meio amarrada de insatisfação. Não me lembro de minha nota. Lembro que senti pena dela (pobrezinha) que não tinha Deus muito presente em sua vida.
Naquele dia rezei por ela.
Ela, por mim, deve ter feito o mesmo: para que eu sempre pudesse pagar os estudos em colégios católicos, como aquele.

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