sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Um adeus ao casaco vermelho

Não é mais o casaco vermelho que caminha pela cidade. Ele agora está no armário fingindo pegar poeira.
Em seu lugar seguem óculos escuros herdados do pai, aqueles mesmos óculos vindos da Europa a vinte e poucos anos, que a filha tão estranha consertou a perninha quebrada pelo tempo e mesmo assim, eles tão persistentes continuam a cair de seu rosto.
Eles caminham protegidos por uma nova sombrinha, não mais amarela – que se quebrou como tantas outras coisas na menina – mas, uma engraçadinha de bolinhas rosa.
Então, óculos e sombrinha agora agasalham a sardenta mocinha do sol.
Metáfora? Não.
Outro dia seguindo para casa, avistei novamente aquela mesma árvore que propus num outro escrito como “uma árvore grande e desnuda pela estação”. Ela continua grande mesmo parecendo miúda junto a uma releitura de Babel.
Então, agora a descrevo assim: Uma árvore grande que cansada de ser nua, costura cada folha à espera da próxima estação.
Flores? Não, é apenas verão.
Metáfora? Talvez – mas a menina continua a não gostar de sol e acompanha tudo em visão sépia.

domingo, 30 de novembro de 2008

Moça Amarela

“Supera!” dizia a moça amarela a sua sombra.
“Supero, claro que supero, quando você quiser superar” respondeu a sombra.
A moça amarela desembestou a chorar “Não consigo, não imagina como gostaria” “Mentira!” gritou a sombra. “Como é?” Replicou a menina.
A sombra diminuiu o tom de voz “É mentira, você sabe que se quisesse, de verdade, superaria”.
A moça respirou pensativa “Então me ajude, dê-me ordens e eu as cumprirei!”.
“Mas eu sou apenas uma sombra” respondeu ela sorrindo.
“E eu sou apenas uma moça amarela pedindo ajuda a minha sombra.”
A sombra se ajeitou na parede e começou a falar rapidamente “Primeiro, coma três quilos de farinha para secar as últimas lágrimas. Queime os lábios com brasa quente para apagar toda a sensibilidade de sua memória. Quebre os espelhos de Narciso e respire embaixo d’água para evitar perfumes. Costure com linha grossa suas pálpebras para parar de ver sentido em tudo aquilo. Corte com tesoura de prata suas cordas vocais para esquecer o som das tolas palavras de amor que disse. Goteje duas partes de oceano nos ouvidos para afogar os sonhos. Bem, acho que isso será suficiente.”
A moça amarela chorava convulsionadamente “E o que faço com o coração?”.
Ela hesitou por meio segundo, mas disse “Remova-o!”.
“E o que serei eu?” sussurrou a moça amarela.
“Uma sombra”.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ranger os dentes não basta, nem mesmo
Aliviar a dor com músicas tolas.
Isso é ilusão,
Mas, se queres a verdade,
Uma que não seja lá, muito fácil de ouvir, te digo:
Não se trata
De você! É
O pobre do homem que com medo de desperdiçar lágrimas...
...enxuga poesias.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Conto-de-tolo

Arremessa os sapatinhos 39 pela janela,
Despenca com eles a esperança de um "Felizes para sempre"
Aquela mesma janela da loura trança
Que jura só sentir dor quando
Nenhum a toma e sobe ao leito.
Pobre moça que finge dormir tranqüila,
Em busca de qualquer beijo, qualquer um
Que tenha se perdido pelo ar
E não se negue a despertar a moça acordada.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Malas desfeitas

Volto, volto sem saber por que voltei
Volto para repegar tudo que deixei
Recolho do chão a louça quebrada na parede
e limpo da taça a mancha do vinho quente.
Caminho em direção às margens do papel Canson
e afogo-me nas gotas homeopáticas deliberadas
pelo homem a minha frente.
A verdade é que não sei porque deixei meu pranto
queimar minhas palavras virtuais.
Elas, que passivas, não me abandonaram,
elas que tão sinceras não se apaixonaram.

sábado, 20 de setembro de 2008

Fechada para balanço.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A dona da carta

Cravou a ponta da caneta por tempo necessário para que a tinta azul atravessasse o papel. Sentia-se tão infeliz que já não podia pensar nas palavras exatas e com fingido ar de resolução, começou:

" De nenhum só instante me arrependo, até mesmo das tuas palavras grosseiras sinto falta...O que me mata é o silêncio do teu corpo e a minha morte frente ao nascimento de uma outra puta. Não há como continuar assim...

Bateram na porta - Querida, está tudo bem aí dentro? Saindo do transe em que se perdera entre a tinta molhada e a falta de modos, respondeu que sim, estava bem.

"...Permita-me lembrar as risadas frescas pela chuva daquele piquenique de domingo ou das tuas confidências sujas espalhas pelo meu corpo.
Ou talvez não devesse reacender tonterias quando, na verdade, estou eu a encharcar incessantemente esses papéis. Despeço-me de ti com o rosto marcado pela tua mão...Mão essa que me leva, nesse instante, a beijar o ar."

Sem ler o que havia escrito, a dona da carta a dobrou e a encostou delicadamente em sua caixinha de jóias vazia.
O calmante já fazia efeito e lhe foi inevitável sentir o cheiro das flores do campo, assim como os olhares desconfiados quando abriu a porta para a saleta.
Antes, que mais alguém lhe perguntasse como estava ela se adiantou e disse:
- Não sei o que fazem todos aqui, mas...Bom, resolvi abandonar meu marido...
Quando, ainda um tanto sonolenta, virou-se para pegar seu casaco no chapeleiro, franziu a testa:
- O que esse móvel de madeira faz no centro da minha sala? Ah, não agüento mais ele comprando porcarias.
Todos a olharam assustados e antes que pudessem dizer algo, ela bateu a porta.
Seria seu primeiro verão na praia.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Deus e a moça

De lá pra cá, o que se passou com a moça?
Desconfiada, crê que nada tenha mudado, mas talvez ouse desafiar sua desconfiança e revele algo inédito desde o último ensejo com velas.
Deixou pra trás um amor não correspondido e roupas grandes. Ganhou um novo amor e um terapeuta com cara de falas decoradas e holofotes.
O que a moça não mudou foi a pinta na ponta do nariz, foi os dentes cerrados quando nervosa e seu mundo de idéias que gira tão insano, ultimamente.
O fato é que a moça não sabe mais quanto quer crescer. Não sabe a pobrezinha, se já passou do tempo, ou se ainda falta um pouco dele.
Os sorrisos congelados na parede não a deixam esquecer do que foi. Encara-os por tão pouco tempo, pois já não sabe como rir de tudo aquilo. Eles sim é que riem dela. Riem, sobretudo das franjas curtas e bochechas gordas que tinha, gargalham dos trajes do carnaval cotidiano que fazia e das caretas horrorosas, que mesmo incompreendidas, saltavam sem querer do seu rostinho rosa.
A moça espera continuar moça apesar dos anos, com a mesma mão quadrada do avô, com os mesmos olhos desproporcionais e pinta estratégica, mesmo que o cor-de-rosa de seu rosto venha numa caixinha com espelho e seu carnaval carregue etiqueta...Mas Deus permita que ela não controle as caretas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A Companheira

O sono inebriava os pensamentos do moço. Era sublime como os sentimentos fazem coisas esquisitas com nosso estômago, pensava ele. Seus olhos carregados revelavam as fantasias da noite anterior, mas infelizmente, em alguma parte de seu corpo vivia uma minúscula frustração. Ele não sabia seu nome, mas a conhecia bem apesar disso: tinham a mesma idade, sexo opostos e brigas homéricas.
Ainda assim, riu-se de prazer pelas lembranças ainda tão frescas que faziam-o enxergar em suas mãos aquelas outras mãos. Acendido o abajour ao seu lado, beijou o leite do copo de vidro trazido por sua mãe.
Foi então que lembrou-se de sua insignificante companheira frustração e parou de sorrir, tinha desejo de voltar atrás com o pensamento, mas já não podia mais esquecê-la. Ele tinha tanta raiva da pobrezinha, e ela sendo então parte dele só morreria se o pudesse matar um pouquinho também...
Começou a sentir o cheiro dos ácaros no carpete, teve asco repentino do próprio corpo e do odor que descolava-se de sua pele e a essa altura o gosto do leite já azedara em sua boca.
As fantasias se esvaíram com o riso. Desacreditado e asqueroso apagou o abajour e cerrou punhos, olhos e pensamentos. Murmurou - Boa noite, frustração.
Ela sorriu...Em alguma parte de seu corpo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Desfilando na estrada de tijolos amarelos!




Isso definitivamente não é literatura, é moda!


Essas são as fotos do desfile da talentosíssima estilista Sabrina Granucci, que por acaso é minha irmã! Ah, as modelos também são minhas irmãs e eu, é claro!


Como costumo chamá-las: três graças!


Parabéns Sabri!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Estufa de flores

Era a mesma casa, só os móveis que pareciam mais altos da última vez que estive lá. Os mesmos quadros de flores pintados pela dona da casa, os mesmos copos e até as mesmas garrafas na prateleira do bar nunca usadas, mas a senhora não era a mesma...Não era aquela que pegava no meu pé para comer mais devagar, não era aquela que costurava toda moda na velha máquina.
A verdade é que a senhora não queria mais saber das orquídeas do jardim, do cão mimado e dos moldes de roupa e me pergunto agora se queria saber de mim... Se queria saber dela mesma...
Escrevo na casa que ainda guarda o cheiro do estático, do nunca usado e do sempre mantido. Escrevo no computador que a senhora tem, o único objeto que faz hoje parte de meu contexto.

A senhora se mantém como sua casa: imóvel, distante, mas de certa forma com alguma coisa das flores, com algum mimo do cão, com a respiração que segue a máquina de costura e com os olhos abertos que enxergam algo que me encantaria ver.

sábado, 28 de junho de 2008

Ao moço

Saudades de ser a moça nos teus braços,
Saudades de ser a dama conduzida por teus passos,
De ser a mesma contigo de quando era criança,
De ser cada dia uma e ainda ser parte da tua lembrança,
Saudades mesmo de ser tua,
Sem apego ao passado,
Sem antídoto pra cura...
Sem saudades do tempo que era só minha,
Sem saudades do tempo que era sozinha.

Casaco vermelho

O casaco vermelho saiu em busca da mensagem do banco de frente ao mar, era sábado e o céu já dava previsão da notícia, mas a menina não quis acreditar, ela ainda ouvia as gaivotas que fazem trilha sonora de todo filme de amor...
Não era naquele banco, mas talvez a memória daquele dia estivesse a alguns passos mais adiante...Então foi de banco em banco, mirava-os discretamente e até alisava suas arestas em busca de respostas, palavras quaisquer que fizessem sentido.
Os bancos úmidos delatavam a chuva da noite anterior, então era ela que tinha levado tuas palavras, maldita chuva!
Ou um outro alguém, carente de amor, que buscava nas tuas palavras o mesmo conforto de quem procura sozinho um banco em frente ao mar...Mas eu sei que aquilo era meu, mesmo não sabendo o que era.
O casaco vermelho foi e voltou, com passos mais lentos a cada passo, com respiração mais desolada a cada banco que passava de volta a casa.
O casaco até recebeu um animador bomdiamoça e respondeu sem muita certeza. Na volta para casa, o som das gaivotas foi injustamente trocado pelos comentários de futebol ao lado, pelo olhar perdido do vendedor de jornais, pelo Charlie Brown tocado pelo caminhão de mercadorias em frente ao mercado e quando a moça do casaco vermelho desistia do lirismo das palavras de amor deixadas pelo cavalheiro, mirou ao longe uma árvore grande e desnuda pela estação.Sorriu. Nunca a tinha mirado antes em todas as vezes que fizera aquele caminho. As palavras? Não sei.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

...Eu te amo!


E se agora eu dissesse que te amo...
Não sei mais se me daria créditos
logo que sua crença na minha
sinceridade se esvaiu com
meus monossílabos,
mas talvez diga...

Não para tentar em vão mudar sua estreita opinião,

mas para que eu ainda continue acreditando

que o que eu digo faz sentido,

sempre fez...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sem mérito

Queria escrever algo que valesse a pena ser lido, mas não encontro nessa cabeça cansada algo de novo, algo que julgue realmente bom.
Acabaram-se as idéias e planos.
Resta eu sozinha, em frente a essa tela que me diz o que eu quero ler.
Pra quê?
Isso não é profissão, não pra mim...
Chega de escrever mesmo que não seja o fim,
vou virar atriz (ou não...) e não garanto a felicidade
nem a ousadia.
Não garanto os dias de chuva,
tampouco os latidos de madrugada.
Então qual é a graça da escrita,
se é sempre coisa repetida?
Tirada da cabeça do povo,
dos gestos do cavalheiro,
e do olhar da bela dama,
Escrever não é pra mim,
é pra quem ainda quer vencer o mundo,
é pra quem sorri quando chora.
Eu choro, choro de medo do mundo,
da derrotada que sou
em frente ao computador.

sábado, 26 de abril de 2008

Pensamentos Passageiros

Eu queria era ir pro céu, não no sentido figurado, no literal mesmo! Imagina como deve ser divino acordar com o sol, de fato, batendo no rosto...Acho que é por isso que criaram o sentido figurado da coisa.
A verdade é que não quero ter que arriscar morrer para me estirar em nuvens.
Se eu fosse exilada de todos os países do mundo teriam que me mandar logo pro espaço, mas o que eu teria que fazer?
Medéia matou os filhos e teve um carro flamejanto a seu dispor...Mas eu não tenho filhos...
Disseram-me que os santos ficam 15 minutos no purgatório e depois vão pro céu e o que é 15 minutos comparado a eternidade? Mas eu também já disse que quero ter que morrer...
Babel! Construção em pleno século XXI é balela...Será que algum engenheiro seguiria meu projeto?
Acho que não sou a única a querer subir ao céu...Quem conseguiu deve ouvir canção de motor de avião e ter pele negra por causa do sol...Eu queria ter pele negra! Será que a origem dos negros vem de cima? Não sei, mas ia ser engraçado se fosse...Imagina, o mundo todo, preconceito do jeitinho que é, sabendo que o maior desejo dele(s) é ser negro!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Escritos escolares: Folhas de caderno

E volto a escrever à caneta, sinto saudades das folhas brancas e do romantismo artificial ... Artificial, no meu caso. Voltei porque senti falta mesmo, falta de alimentar meu calo, falta dos rabiscos e de minha letra infantil.
Talvez, o café preto tenha ajudado e até mesmo a literatura por escolha, que finalmente me cabe, mas conto um segredo a esses papéis alvos, o motivo fundamental que reconheço vocês como amigas novamente, é ele. Sim, volto aos cadernos por um...Alguém. Tolice que jurei jamais fazer e que tenho certo meu arrependimento em documentar...

Caso, minhas amigas se sintam, imensamente, gratas com minha volta, atravessem o café e agradeçam a ele mesmo, mas não esqueçam de vestir alguma coisa bela, como palavras de amor.

domingo, 20 de abril de 2008

Não se preocupe, o problema é o mau tempo. Dia de chuva é perigoso, põe as pessoas coagidas em baixo de um plástico amarelo, xadrez ou transparente e faz com que elas se sintam erradas aonde se encontram. É um longo aviso de que permanecer no próprio casulo é a melhor maneira de encontrar real abrigo, mas um que muitas vezes te obriga a fingir satisfação e gozo e não tédio e despretensão. A verdade: É tudo mentira!

sábado, 5 de abril de 2008

Ilustres anônimos


Eram três jovens comuns, se não julgados pelos paletós que trajavam,

dispostos lado a lado em bar conhecido da cidade.

Esperavam outros três com cerveja, papel e caneta.

Alegria maior a minha que fazia parte dessa trindade,

pois ali tive a oportunidade de conhecer importantes homens

que um dia farão história dentro de um livro.


Mas, amigos, não neguem o dom da palavra que os acompanha,

mesmo quando não o queiram.

Neguem antes os chutes embaixo da mesa

e as histórias inventadas em razão do

sono da menina.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

terça-feira ausente

Meus leitores fantasmas, creio eu que já estam cansados de tantos textos babados de amor, mas a verdade é que o momento presente impera sempre em meus textos.Agora por exemplo falaria da ausência das pessoas amadas, que necessariamente não morreram nem nada trágico, mas que se ausentam de duas formas: estando tremendamente presentes em nossos pensamentos que se descuidam e acabam por voltar aquele amor, amigo ou momento ausente; ou a ausência triste de pessoas presentes que se tornam diferentes de nossas lembranças e por isso já não vivem mais naqueles que carregam seus nomes.
Alegria maior a minha que quem se ausenta aqui não está presente, justamente tão longe de meus olhos, mas que me visita em tantos pensamentos, muitos ele chega sem permissão, outros vem devagar, melhores são aqueles quando desatino de mim e já não sei quanto do tempo se passou, onde do mundo me restou, pois os olhos já cerraram, a boca saliva e os próprios dedos tentam em vão lembrar de divinos momentos quando encostam na pele carente dessa que vos escreve...
A verdade é que não posso mudar, continuarei a ser mera tradutora dessa vida minha, mas esperem por terremotos, guerras, índios e pedidos de casamento, caso contrário terão de ler tolas confissões de uma jovem desatinada.

domingo, 10 de fevereiro de 2008


Em qualquer lugar do mundo não há nada como as memórias.Algumas tristes que mantemos secretas a nós mesmos, outras divertidas e perigosas por despertarem em momentos inoportunos. As memórias têm o gosto inconfundível de saudade, mesmo que nem sempre desejássemos voltar aquele quarto, casa ou rua.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Sem Título De Amor

E eu amo demais pra não dizer,
amo pra não mais me esquecer,
que fui um dia miserável,
mas agora não dá tempo
pra reclamar da vida,
pra dizer que não,
que não tem sentido,
Logo agora que o discurso
estava pronto,
logo agora que eu já estava em pranto,
você apareceu !
Me tirou a oratória,
me secou todas as lagrimas,
Droga! E o discurso estava pronto
tão chocante, tão terrível,
mas você apareceu!
Você se esqueceu
que eu queria era
recordar de uma vida
mal vivida,
mas agora
não dá mais
pra fingir que não te vi,
pra dizer que te esqueci,
como fazem os poetas,
agora sou mais um tolo!
Passa a régua,
fecha conta,
que esse jogo eu perdi.
Já rasguei o meu discurso
já mudei também o curso,
dessa minha vida triste
de silêncio e pouca prosa.
E você nao ouse achar
que só eu me encontro nessa,
pois se de justiça eu conheço
e o amor, eu sei,
não esqueço
também te carrega
pros suspiros,
e não digo que são doces,
são suspiros,
eternos demais
pra ter sabor!

Hola, ¿que tal?

Viaje, mesmo que os pés já estejam cansados,
corpos caídos sao fruto desse nosso pensamento vazio,
Não permita que o espaço em branco acompanhe a imaginacão,
É necessario pessoas em construção,
demolir é apenas parte do processo!

Faça revoluções internas,
grite em silêncio com o espelho,
certamente ele entenderá seus pobres motivos.
Assovie musicas tolas,
acompanhadas com passos engraçadinhos
nas ruas da cidade grande.

Pode parecer que não perdemos
nenhum instante.
A verdade é que só acompanhamos
UM!
Escolha o melhor deles,
e faça-o companhia!

Cative a saudade!
Ela fará carinhos em seus cabelos
a noite,
de dia deixa-a na cama!

Sorria
aos velhos, crianças e vira-latas!
Nao vire a cabeça para assovios bobos,
eles são divertidos,
bobos, na verdade, são seus donos.

Chore de alegria,
Nao é possível que o ser humano
guarda o melhor que tem
só para quando sente o pior do mundo!

Espere(-me) sem parar de andar,
a alma se cansa somente quando
o corpo está parado.